Gosto destas imagens.
Indicam uma espécie de luta pela vida — luta por um sentido para esta vida — em um universo em que parece bastar a necessidade da sobrevivência: o futebol abrindo clareiras em áreas onde só se encontram abrigos mal edificados. Não sou um particular fã do esporte, mas a mística em torno dele é fascinante.
Uma delas já se encontrava aqui: http://bit.ly/bSWmEC
Sabemos que o campo de futebol é o espaço público por excelência das periferias urbanas. Estas geometrias peculiares nos mostram a busca pela alegria onde muitas vezes só se encontra a rotina cinza da vida periférica.
A ortogonalidade é secundária: há esquadros virtuais, pois em campo todos passam a concordar que os ângulos ortogonais lá estão e são legítimos. Potenciais esquadros virtuais desejados onde há uma angularidade tensa e conflituosa — em meio a esquadros existentes nos lotes e sobrados adjacentes, nos quais a ortogonalidade é imposta de algum modo, mas não necessariamente desejada.
No fundo, estas geometrias estranhas, aparentemente incorretas, são geometrias da esperança — surgindo não apenas por tentarem se acomodar às condições existentes, mas sobretudo surgindo em uma luta pelo vazio coletivo onde a ordem perversa só impõe o cheio individual.
A fragmentação intensa das periferias urbanas imposta pela ordem da exclusão e do individualismo dá lugar a uma outra ordem, da celebração coletiva.
Tudo bem, vai: futebol tem dois tempos…
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de fato!
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http://buzumteatrale.blogspot.com.br/2011/12/espaco-cultura-e-classe.html
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legal!
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