originalmente postado em http://notasurbanas.blogsome.com/2010/09/01/revista-arquitectura-cuba-logo-apos-a-revolucao/
No arquivo abaixo, hospedado no scribd, constam algumas páginas aleatórias de edições da revista Arquitectura Cuba publicadas logo após a Revolução de janeiro de 1959. Entre janeiro daquele ano (caracterizado por uma edição dedicada aos revolucionários) e os meses que foram se seguindo já é possível notar uma enorme mudança de foco da revista, que vai deixando de lado os temas de uma revista de arquitetura típica dos anos 50 (versando sobre interiores, jardins, casas particulares, etc) e passa a se dedicar a temas e a programas ligados ao estado de bem-estar social (escolas rurais, habitação social, etc). A partir da revista, fica claro que, sem dúvidas, o governo revolucionário revelou-se rápido em inverter as prioridades no país, corrigindo com urgência o desastre social do regime de Batista.
páginas da revista Arquitectura — Cuba, 1959 http://d1.scribdassets.com/ScribdViewer.swf
É interessante notar o movimento corporativista de parte arquitetos burgueses cubanos que, paralelamente à defesa da revolução (que, naquele momento, possuía caráter popular mas ainda não havia se declarado socialista), tentavam firmar sua posição de destaque na nova ordem. Naquelas edições de 59, a revista ainda mantinha características semelhantes às de quaisquer publicações sobre o tema do período (como as várias páginas introdutórias repletas de anúncios publicitários de empresas de construção!… destaque para os anúncios da Fórmica e da GE).
Ao longo dos meses, também fica clara a reorientação da cultura gráfica da publicação: fica nitidamente mais arrojada e mais jovem. Os primeiros e heroicos anos da Revolução atraíram dezenas de arquitetos estrangeiros recém-formados. Frutos deste período são obras como as Escolas Nacionais de Arte (de Ricardo Porro, Vittorio Garatti e Roberto Gottardi, interrompidas durante o período posterior, quando da sovietização da arquitetura da revolução).
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