Ainda que o papel desempenhado pela linguagem no meio das artes visuais tenha sido questionado em tempos recentes, assim como dúvidas tenham sido pronunciadas a respeito da crença modernista de que uma arte possa ser puramente visual, nada comparável acontecera no âmbito da arquitetura. Mesmo que de fato a questão seja eventual objeto de reflexão, entretanto, é usual supor que aquilo que é dito ou escrito sobre as obras de arquitetura seja meramente um traço delas, algo sempre menor que a adequada reflexão sobre sua ‘realidade’ — ainda que a própria linguagem se constitua em si mesma como uma ‘realidade’, a qual, ainda que não igual àquela formada pelos outros sentidos, é, apesar disto, equivalente.
Se a linguagem é parte necessária da arquitetura, a dificuldade se encontra em não descrever a relação entre elas de modo a tornar a linguagem simples acessório — justamente por ser parte da arquitetura, a linguagem também, sem dúvidas, é ela própria um sistema.
Adrian Forty, Words and Buildings, 2001:13