Durante as trágicas eleições de 2018 surgiu um movimento nas redes sociais para que comparecêssemos ao dia da votação munidos não de armas — como queriam os apoiadores daquele sujeito desprezível que hoje usurpa o Planalto — mas de livros. Em princípio, juntei-me àqueles que consideravam esta sugestão pedante ou ingênua demais. Com a escalada… Continue lendo pedagogia da esperança
Categoria: divulgação
aeroportos
Todo mundo odeia aeroportos. Talvez com exceção de turistas de primeira viagem ou das famílias usualmente deslumbradas com duty free shops ou com as expectativas pelas próximas férias, é raro encontrar alguém que não deteste a experiência de ter de viajar passando obrigatoriamente por esses lugares. Não por acaso, todos que já puderam viajar em boas… Continue lendo aeroportos
prestes maia sobre brasília
O primeiro texto da antologia organizada por Julio Katinsky e Alberto Xavier dedicada à cidade de Brasília (publicada pela Cosac Naify em 2012) é de Prestes Maia. Trata-se, cabe lembrar, do ex-prefeito e planejador de São Paulo responsável pelo mítico Plano de Avenidas da cidade. O texto é irritantemente datado — não pelos argumentos contrários… Continue lendo prestes maia sobre brasília
carta aos acadêmicos para 2017
Você acabou de fazer oitenta e dois anos. Continua bela, graciosa e desejável. Faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. Recentemente, eu me apaixonei por você mais uma vez, e sinto em mim, de novo, um vazio devorador, que só o seu corpo estreitado contra o… Continue lendo carta aos acadêmicos para 2017
emily martin: óvulo, espermatozoide e natureza ocidental
Mais do que mecanismo “natural” de reprodução de indivíduos, o processo humano de concepção constitui-se de uma construção cultural fortemente marcada por preconceitos de gênero — processo este que, em sua versão ocidental e moderna, se revela na forma de uma narrativa construída a partir de figuras estereotipadas de masculino e feminino, na qual, entre outros… Continue lendo emily martin: óvulo, espermatozoide e natureza ocidental
bruno latour: memória, história e tempo
Alguns comentários sobre a invenção da memória e da história em Jamais fomos modernos: De onde nos vem a ideia de um tempo que passa? Da própria Constituição moderna. A antropologia está aí para nos lembrar que a passagem do tempo pode ser interpretada de diversas formas, como ciclo ou como decadência, como queda ou como… Continue lendo bruno latour: memória, história e tempo
bruno latour: dinâmica sociedade/natureza
Um dos trechos mais interessantes do clássico Jamais fomos modernos, de Bruno Latour: A potência da crítica Hoje, quando as capacidades críticas dos modernos se esgotam, é conveniente medir, pela última vez, sua prodigiosa eficácia. Liberados da hipoteca religiosa, tornaram-se capazes de criticar o obscurantismo dos antigos poderes ao desvelarem os fenômenos naturais que estes… Continue lendo bruno latour: dinâmica sociedade/natureza
“Após sua visita a Drop City, venha tomar um sorvete no Dairy Joy”
Drop City, a mais famosa comunidade contracultural estadunidense dos anos 1960, vem sendo objeto de um interesse renovado na última década. O livro-reportagem Droppers, de Mark Matthews, por exemplo, publicado em 2010, é um dos produtos deste interesse e já foi citado aqui. Alguns dos depoimentos dos primeiros anos de Drop City são particularmente interessantes. Gene… Continue lendo “Após sua visita a Drop City, venha tomar um sorvete no Dairy Joy”
trecho de entrevista de buckminster fuller sobre domos
Algumas palavras de Buckminster Fuller sobre o uso de domos geodésicos. É evidente o recurso à naturalização (ou biologização) de estruturas arquitetônicas por meio do uso (um tanto quanto forçoso) de metáforas de estruturas biológicas, bem como do discurso da aplicação de menores recursos para a obtenção de maiores resultados. O mais curioso é o… Continue lendo trecho de entrevista de buckminster fuller sobre domos